sexta-feira, 25 de março de 2016

O COMBATE DA PONTE DO IBIRAPUITÃ EM JUNHO DE 1923 Por Jose Oripe



Combate na ponte do Rio Ibirapuitã
No Inverno de junho 1923, ocorreu um dos principais conflitos da Revolução de 23, o combate na ponte do rio Ibirapuitã na cidade de Alegrete. De um lado os Maragatos comandados pelo General Honório Lemes, o Leão do Caverá; a frente do 2º Corpo do Exército Libertador tendo a seu comando entre outros, Batista Luzardo, o ultimo Caudilho e os irmãos Timbauvas, que criaram fama pela sua coragem. De outro lado os Chimangos comandados pelo então Coronel Flores da Cunha, a frente da “Brigada do Oeste”, entre seus subordinados estavam Nepobuceno Saraiva, filho de Aparício Saraiva, o qual havia sido contratado com a sua tropa constituída de Uruguaios pelo governo de Borges de Medeiros para reforçar as tropas chimangas, o alegretense Tenente-coronel Osvaldo Aranha, os santanenses, Coronéis Sinhô Cunha e Pequeno Pedroso, assim como vários outros santanenses, civis e componentes do 2º de Cavalaria da Brigada Militar. Após vários combates, entreveros e chamuscadas, entre as tropas governistas e revoltosas, num inverno muito frio e chuvoso, as tropas de Honório Lemes, chegam a Alegrete, em 18 de junho, onde são recebidos pelo comandante da 2ª Divisão de Cavalaria do Exército Brasileiro, o qual mostra as áreas neutras em caso de conflitos. Os seus oficiais são recebidos com festas, bailes e jantares pela comunidade alegretense declarada de maioria maragata, ficando a sua tropa acampada no Capão do Angico. Durante a noite o General Honório Lemes recebe um chasque informando sobre a aproximação em marcha forçada das tropas do Coronel Flores da Cunha de imediato mandou reunir suas tropas no acampamento. Durante a discussão do emprego da tática a ser empregada, foi proposto a destruição da ponte, o que não foi aceito pelo General Honório Lemes que queria inicialmente apenas atrair as forças governistas para a Serra do Caverá, onde era profundo conhecedor do terreno, devido a sua vasta experiência como tropeiro naquela região, resolveu então colocar na vanguarda uma força simbólica comandada pelos irmãos Timbauvas, na entrada da cidade.
De um outro lado, o Coronel Flores da Cunha, após combater na Picada do Aipo, em campo Osório na cidade de Santana do livramento, onde utilizou pela 1ª vez o emprego de metralhadoras da Brigada Militar, desloca-se com a Brigada do Oeste para a cidade de Quarai e em seguida para Alegrete para a Coxilha do Combate, enviando a sua vanguarda para a cidade a comando de Nepobuceno Saraiva, para ocuparem a mesma, porém acabaram tiroteando próximo ao cemitério com a vanguarda da tropa do General Honório Lemes.Ao chegar na cidade o Coronel Flores da Cunha foi de encontro ao Comandante da 2ª Divisão de Cavalaria do Exército Brasileiro, onde foi orientado a respeito das áreas neutras. Na seqüência foi direto a várzea verde, ficando a 700 metros da ponte. Em 19 de junho inicia o combate, a vanguarda do General Honório Lemes, que estava próximo ao cemitério tentou retardar a vanguarda de Coronel Flores da Cunha, tiroteando com a mesma, durante a fuga atraíram para a ponte a vanguarda chimanga, atravessaram a ponte e juntaram-se ao grosso da tropa maragata. Logo em seguida, Flores mandou uma seção de metralhadoras do 2ª R C da Brigada Militar fazer fogo sobre o inimigo, o qual estende praticamente toda sua força do outro lado da ponte, tornado quase impossível a sua travessia. Restando ao Coronel Flores da Cunha, apenas a realização de cargas de lanças, tenta pela 1a vez, arrancando sua espada e bradando “os que tiverem vergonha na cara que me acompanhem!”, foi em direção ao inimigo, levando consigo alguns valorosos componentes de sua Brigada, porém o máximo que conseguiu foi aproximar-se um pouco mais da ponte. Logo após o Major Guilherme Flores da Cunha, irmão de Flores, junto com o Capitão santanense, Luiz Rubim, e mais alguns realizam uma carga sobre a ponte, sendo que apenas 5, conseguiram passar, logo após foi ferido o capitão Rubim e ferido mortalmente o Major Guilherme, nesta batalha pelo lado governista foram baleados o próprio Coronel Flores da Cunha e o Tenente-Coronel Osvaldo Aranha, do lado dos maragatos Teco Timbauva e o Ten-cel Mauricio Abreu representaram as grandes perdas. Ainda como a ultima tentativa General Honório Lemes tentou uma carga a lança seca.Porém o desgaste de sua tropa o levou o a realizar uma retirada em direção a Serra do Caverá. Nesta batalha foram empregados uma media de 1.500 homens por Exército, mas a logística superior das tropas governista, foi decisiva. Logo após o combate continuou a perseguição dos chimangos do Coronel Flores da Cunha aos desgastados maragatos do General Honório Lemes.

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