sábado, 20 de novembro de 2010

ESTAMOS VIVENDO ENCURRALADOS? Por: J.Ferrreira

Estamos vivendo encurralados?

Outro dia eu caminhava pela calçada da Venâncio, e confesso que até me distraí observando o movimento das pessoas, veículos etc...
E, em meu total estado de abstração, quando dei por mim, estava bem no meio de uma manifestação popular, um movimento paredista.
Confesso que o fato o qual momentaneamente me levou a distração, foi a lembrança que no último final de semana, estive visitando a minha terra natal e fiquei triste com as cenas  que presenciei, de tamanha desordem e baixaria, arruaças em via pública, baderna mesmo, nas ruas do meu Alegrete.
Absorto em meu deslocamento, quando me dei conta ao passar em frente de um daqueles barzinhos ali no centro, dois rapazes com pinta de malandros começaram a me seguirem a certa distância.
Eu, que sou macaco velho dessas paradas, pensei comigo: “vou apressar o passo e ao avistar um policial de rua, chego até o mesmo e digo quem sou, aponto para o mesmo os dois caras que estão ora me seguindo, e tá resolvida a questão”.
Pensei rapidamente. 
Melhor!
Não farei isso não.
Ta decidido. 
Eu não o farei.
Imagina só, e vai que o policial não compreenda minha situação e decida me subjugar?
E se ele me prender ou ainda decidir me bater?
Sabe de uma coisa?
Não farei nada!
A esta altura dos acontecimentos, eu estava bem no meio da tal manifestação e dando uma verificada rápida ao redor, percebi a presença de inúmeros policiais a cavalo.
Havia um outro grupo de policiais a pé, e um grupo de guardas de um prédio grande, todos vestindo roupas azuis que mais pareciam estar em uma festividade.
O fato em questão, era eu  que havia saído a pé para ir até o meu local de trabalho, e que em dado momento, passei a ser seguido por dois caras suspeitos.
Então, eu decidi que iria abordar os guardas, os quais, talvez, pela forma alegre como se apresentavam publicamente, me dariam atenção e certamente, chamariam a policia.
Eu, já me encontrava quase completando a travessia da rua na direção dos guardas, e percebendo que os meus seguidores já estavam ameaçadoramente perto de mim, tendo  inclusive parado para melhor me observarem.
Dei-me conta.
Não falarei também com esses guardas.
Imagine se eles me confundirem com algum desses jovens manifestantes?
E se não me derem nem tempo para me apresentar?
Resignado com a minha situação, resolvi seguir o meu caminho, foi quando percebi que o local era a sede do Passo Municipal, e que os manifestantes eram estudantes.
 O que me impressionou foi a tenra idade dos manifestantes, acredito que eram quase todos eles ainda adolescentes, e provavelmente menores de idade.
E ali estavam eles, decididos a sensibilizar as lideranças públicas a ouvi-los em suas reivindicações.
Enfim, prossegui em frente.
Quase na altura da Venâncio com a Constantino, avistei uma outra viatura  de policia onde o policial sinalizava o trânsito e como estava ali bem na minha frente, eu o cumprimentei.
E esse gesto, acredito que foi decisivo para os meus seguidores abdicarem de me abordar.
Tendo o policial retribuído ao meu gesto, eu não posso imaginar o que se passou pela cabeça dos dois indivíduos, mas na dúvida decidi: “vou entrar em uma lancheria e tomar alguma coisa bem gelada para me acalmar e raciocinar o que devo fazer.”
E foi o que fiz, literalmente.
Entrei numa lancheria e fui logo pedindo uma água bem gelada, e de súbito pensei nos fatos que tinha vivido a poucos instantes atrás.
Comecei a me revoltar com aquilo tudo, e resolvi  tomar uma atitude drástica:
Vou retornar e encarar aqueles caras!
Vou encarar sim, e eles vão ver que comigo, ninguém brinca.
E até já estava me levantando da cadeira, para partir pra cima dos caras, quando adentrou na lancheria um casal de meia idade, conversando alto e não pude deixar de ouvir o que diziam.
A mulher aparentando um certo medo, dizia ao seu acompanhante: “Eles, esses bandidos, não fazem mais força com as suas vítimas. Eles vão logo atirando e matando sem piedade as pessoas.”
Confesso que aquele comentário, colocou um jato de água fria nas minhas pretensões em bancar o herói do dia.
Resignado, tornei a me sentar quieto em meu lugar, e consumi a minha água gelada que ainda restava na garrafa, até finalizar.
Paguei e segui meu caminho na direção do meu trabalho, meditando o seguinte tema: “Daí a importância de saber ouvir os outros.” (Rubens Alves).
Todos nós precisamos exercitar a nossa capacidade de tolerância, e começar a ouvir mais do que falar.
Preferi então me retirar, seguir o meu caminho, era o melhor para mim naquele momento.
Algum tempo depois, já em minha casa, pensei no quanto estamos fragilizados. 
No quanto todos perdemos com a vigência de normas legais, também frágeis demais, e que foram errôneamente induzidas a aprovação pelos políticos mal intencionados.
Hoje, nenhum magistrado consegue pela via legal, imputar penas rígidas a delinqüentes, violentos, e ou contumazes em crimes por mais hediondos que sejam.
Para cada pena imputada, há uma centena de profissionais do direito que labutam, perscrutando as brechas da legislação para livrar soltos os seus – em tese – clientes.
A Policia e a Justiça, ficam literalmente impotentes diante da situação.
É nítido o desgaste das instituições públicas militantes na área da Segurança e da Justiça.
Estamos chegando ao fundo do poço.
Está é uma época em que o descrédito das autoridades, já não tem mais como disfarçar, e a cada dia, cada hora, notícias de crimes cada vez mais violentos impactam a sociedade atingindo todas as suas classes.
Nos dias atuais, também outra coisa que virou moda e a agressão e a tortura de crianças, bebês e velhos.
Que coisa mais horrível! Que horror!
A morte de policiais, assaltos a bancos e seqüestros com reféns, tráfico de drogas, tráfico de seres humanos e de animais silvestres, tornou-se uma coisa banal.
Só neste ano em curso, amontoam-se as noticias de crimes bárbaros, tipo: exploração sexual de adolescentes e crianças, agressão com lesões e até torturas contra bebês e crianças, adolescentes e idosos, somados ao comércio do crack em todos os Estados da Federação.
Somam-se a esses fatos, outros tipos de crimes não menos graves, tais como: agressão e tortura a pessoa idosa, o tão repulsivo crime de bullyng nas escolas, o crime de racismo, etc, mas solução para isso tudo, não se tem noticias.
Por fim, acrescento a essa minha prosopopéia, os crimes de assédio moral e de constrangimento ilegal, por qual uma grande soma de cidadãos brasileiros sofrem diariamente, sendo vítimas em seus ambientes de trabalho, e até muitas vezes em seus lares.
Associemos ainda, o gravíssimo crime de degradação ambiental, que avança de forma desenfreada Brasil a fora, destruindo parte do Planeta representada pelo nosso País.
Isso tudo, acontecendo bem nas barbas de autoridades que assistem a tudo inerte em suas ações.
Temos esse monstro terrível da violência no trânsito, que de uma forma avassaladora, ceifa dezenas de vidas diariamente pelo País inteiro.
Enfim, todos nós, juntos em nossas ações, precisamos fazer alguma coisa para frear essa patológica loucura de violação das leis, ou dentro de alguns anos, será muito tarde.
Observem que não mencionei aqui, crimes e ou escândalos de corrupção, nem falei de políticos, porque eu sou do entendimento, que já não está valendo mais a pena a gente falar sobre esse tema. 
Nenhum esforço real é concretizado para coibir esses fatos.
Não agrega nada e nem somará nada de bom a nós mesmos.
E para  finalizar, deixo claro que longe de querer aparecer, de ser sensacionalista, expresso aqui o meu receio, de que da forma como tudo avança para um “Estado de Anarquia e Desorganização da Ordem Social”, chegará um dia em que acontecerá entre o delinqüente e o policial, o seguinte diálogo: 
O delinqüente:  Escuta aqui o policial, o que tu ta fazendo ai nesse lugar em?  
O Policial:  Olá seu assaltante é que eu fui escalado aqui. Estou de serviço em frente desse banco. 
 O delinqüente: Pô! Meu! Então vai pra outro lugar. Se manda daqui porque eu vou assaltar esse banco ai agora mesmo.
O Policial: Está bem. Desculpe seu assaltante, eu não sabia. Já estou saindo daqui, e peço para que o senhor não se queixe de mim porque preciso muito deste emprego.
O delinquente: Pode ficar tranquilo, ô meu, mas que isso não se repita de novo. 

Meus amigos, não estamos longe desse dia acontecer. 
Do jeito que o policial é tratado pela sociedade, os fatos apontam para esse quadro e muito em breve.

Lembrem-se: Que de Deus  e do Policial, ninguém se lembra, até o dia em que precisar deles. Aí sim, eles se tornam indispensáveis e, ... necessários.

OBS:  "E QUE ALGUÉM ME PROVE QUE EU ESTOU ERRADO, MAS PRECISARÁ ME CONVENCER". 

Autor: JOSE ORIPE BARBOSA FERREIRA

1º Tenente RR
Especialista em Policiamento Ambiental.
Especialista em Patrulhamento Rural e Combate ao Abigeato.
Tripulante Técnico de Aeronaves
Especialista em Policia Comunitário
Bacharel em Teologia
Especialista em Salvamento no Mar




















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