terça-feira, 6 de setembro de 2011

Governo não cumpre o que prometeu e faz ameaças aos brigadianos

Postado em27 agosto 2011.
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Hierarquia da BM ameaçada

Definidos como ?atos criminosos? pelo comandante-geral da BM, os protestos de PMs descontentes com os salários embaraçam a cúpula da Segurança Pública e abrem caminho para a quebra da rígida estrutura de comando militar. Entre a noite de quinta e madrugada de ontem, novos bloqueios com pneus incendiados em seis vias do Estado puseram mais combustível na delicada relação entre o comando da corporação e representantes dos soldados, aumentando o risco de insubordinação generalizada da tropa 

A tática de queimar pneus em rodovias como forma de reivindicar aumento salarial, adotada pela associação dos praças da Brigada Militar, constrange o comando da PM e a cúpula da Secretaria da Segurança Pública.
Entre o final da noite de quinta-feira e a madrugada de ontem, a fumaça negra das borrachas em chamas interrompeu o trânsito em quatro rodovias federais (numa delas em dois trechos), no Interior, e na avenida principal de Alvorada, na Região Metropolitana.
As manifestações, que limitam o direito de ir e vir dos motoristas, ocorreram em rodovias federais em Palmeira das Missões, Três de Maio, Sarandi e Rio Grande, em uma rodovia estadual em Gravataí e em uma avenida de Alvorada. Em três casos, foram deixados cartazes pedindo melhores salários para os policiais militares. Os atos, definidos pelo comandante-geral da Brigada Militar, Sérgio Abreu, como ?criminosos?, ocultam um outro risco: a iminência de quebra de hierarquia e insubordinação na caserna, um dos pilares da rígida estrutura militar.
O relato de um oficial da cúpula da corporação, que pede para não ser identificado, ajuda a compreender a situação em que se encontram a Brigada e a Secretaria da Segurança Pública.
? Há o risco de insubordinação, à semelhança ao que já aconteceu em outros Estados. Nos quartéis, silenciosamente, o pessoal apoia as manifestações porque os salários dos soldados está muito defasado.
O mesmo coronel, que compartilha da intimidade do poder no QG da BM, apresenta uma dificuldade adicional:
? É complicado até para apurar responsabilidades porque, ao mesmo tempo que o pessoal do serviço de informações está mobilizado nas investigações, em paralelo, eles apoiam os protestos.
O sentimento nos quartéis apontado pelo oficial da ativa, sob anonimato, é explicitado pelo presidente da Associação dos Oficiais da Brigada Militar, José Carlos Riccardi Guimarães. Sem meias palavras, o tenente-coronel da reserva opina:
? Somos solidários aos praças que estão revoltados. Estou mais preocupado com a fome dos brigadianos do que com a quebra de hierarquia.
Em viagem a Rio Grande, o governador Tarso Genro prometeu pulso firme. Na mesma linha do coronel Abreu, Tarso definiu o protesto como um ?delito?:
? Certamente será investigado pela Polícia Federal, e as pessoas vão responder. Não sei se tem conexão com o movimento dos brigadianos, tomara que não, porque se tiver é uma coisa grave, e algo que não pode ser colocado como pressão para negociação.
Em encontro com jornalistas num hotel no centro de Porto Alegre, no início da manhã, o secretário da Segurança Pública, Airton Michels, mostrou-se surpreendido com o radicalismo das ações. Conforme o secretário, uma reunião, que ocorreria horas mais tarde, estava agendada havia 10 dias:
? Não tem sentido este tipo de protesto. São atos criminosos que serão investigados.
A posição enérgica do governador e de seus secretários parece ter surtido efeito. Ao final de uma reunião tensa de duas horas com o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, e o secretário Michels, o presidente da Associação Beneficente Antonio Mendes Filho (Abamf), Leonel Lucas, anunciou uma trégua. Até que novos pneus voltem a arder.
*Colaborou Roberto Witter
CARLOS ETCHICHURY E CARLOS WAGNER
Piratini exige fim de queima de pneus
Ao condicionar a negociação do aumento salarial ao fim dos protestos com queima de pneus nas estradas federais, o governo estadual deixou claro ontem à direção da Associação Beneficente Antonio Mendes Filhos (Abamf), que representa os servidores de nível médio da Brigada Militar (BM), que não quer ficar refém dos PMs descontentes.
Ao final do encontro de cerca de duas horas no Palácio Piratini, o presidente da Abamf, Leonel Lucas, e o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, anunciaram a suspensão das manifestações até quarta-feira, quando deverá ocorrer um novo encontro.
A reivindicação da Abamf é de que o salário de um soldado da Brigada passe dos atuais R$ 1,2 mil, em média, para R$ 3,2 mil. O reajuste seria escalonado ao longo de quatro anos. Alegando fatores econômicos que fogem do controle do governo, Pestana disse que o governo não pode se comprometer com um grande aumento a ser cumprido nos anos seguintes.
? Podemos nos comprometer a aumentar o salário em 16% (descontando 6,32% já concedidos) até março do ano seguinte, o que representa um aumento real bem significativo ? afirmou o chefe da Casa Civil.
Embora o governo afirme que há um processo de negociação de salarial em andamento, Lucas considera que dificilmente teria ocorrido avanços se a tática de bloquear estradas não tivesse sido colocada em prática.
? De todos as policiais militares do país, nós recebemos o pior salário. Estamos agindo de acordo com a situação ? afirma o presidente da Abamf.
Em Rio Grande, onde recebeu ontem uma condecoração da Marinha ao lado do ex-governador Olívio Dutra e palestrou para empresários, o governador Tarso Genro repudiou a tática de bloquear estradas:
? É uma mancha no bom prestígio da Brigada Militar com a sociedade. Um exemplo de como não se deve comportar uma corporação mediante negociação. Eu até desconfio que quem está fazendo isso está afim de sabotar as negociações que o governo do Estado está fazendo com a corporação.
O governador, no entanto, reconheceu que o salário do policiais militares gaúchos é ?vergonhoso?.
 
Colaboração:
MARCELO SOUZA LUZARDOADVOGADO
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