sexta-feira, 6 de abril de 2012

SUA EXCELENCIA O PEDESTRE Por: J. Ferreira

O recém findado ano de dois mil e onze  e as somas dos acidentes de trânsito país afora, é fato notório, um descalabro! No tocante a cidade onde atualmente moro, não foge a regra e digo mais, a cifra de estressadinhos tanto circulando a pé como ao volante, eu acredito, que seja uma das mais altas do nosso Estado. Evidentemente, no que tange as campanhas mormente educativas, focadas diretamente aos motoristas, é uma realidade inquestionável.o seu insucesso, e  quiçá alguns erros crassos destacam-se obtusos enganos.

Basta à gente ligar um aparelho de tv ou rádio, para nos depararmos com tais mensagens, as quais de uma forma atabalhoada induzem aos pedestres a utilizarem incondicionalmente as faixas de seguranças. Isso é um forte  indicio de erro por parte dos promotores do evento e tenho a convicção de que passou desapercebido de todos nós. Mas o fato aconteceu e os resultados negativos são reais, e inegáveis diante das estatísticas vigentes.
Na verdade todos os esforços envidados na tentativa de melhorar e pacificar o trânsito, são direcionado a um único e já execrado réu: o motorista.
O que me motiva a prosseguir este texto, é também, a existência de um outro fato: “eu sou motorista, dirijo meu automóvel pelas ruas de Santa Maria, entre outros pontos que abordarei  mais adiante.”
Temos assistido impassivos as atividades que ora vem sendo realizadas, em prol de melhorar a situação no trânsito local, alterações de sentidos de vias, inserções de rótulas novas em alguns pontos críticos, proibições aqui e acolá. Mas o que mais eu fico preocupado, é que apesar de tanta inovação e mudança, é crescente o número de óbitos e feridos oriundos do trânsito urbano. É velada a tentativa de sanar velhos problemas  hauridos em razão do grande fluxo de veículos circulando nas vias urbanas.
E o pedestre? Calma gente! Já iremos abordar essa peça muito singular do nosso tema em discussão. Como já expressamos, toda a causa dos dissabores ocorridos no trânsito, foram direcionados categórica e publicamente, pelas autoridades da área e por órgãos com atribuições fiscalizatórias sobre as vias urbanas, como sendo o grande vilão, e literalmente o único culpado a figura do motorista.

E com base nessa bandeira: “o motorista é sempre o culpado”, as pessoas foram “animadas”, e de certa forma também induzidas, a sempre culpar os motoristas, se auto-isentando de qualquer culpa por tudo de ruim que vier a acontecer enquanto circulando pelas ruas da cidade.

Por outro lado, não falaram para os pedestres que faixa pintada sobre o asfalto, jamais será sinônimo de garantia de vida, e nem sempre o condutor do veiculo obedece e às vezes nem percebe a existência de tal “sinalização de solo”, por vários fatores adversos.
O que deixou de ser bem esclarecido ao publico em geral, é a verdadeira situação. Faltou ser dito com todas as letras que: “trânsito não é exclusividade só de motoristas”, e faço isso com conhecimento de causa, o CBT Lei nº 9.503/97, em seu Art. 1,  imputa responsabilidades tanto a condutores de veículos como aos pedestres.

Todo e qualquer movimento na intenção de solucionar essas questões, precisam sempre ser calcadas em estudos criteriosos, análises profundas da questão e com envolvimento direto das comunas locais. Para isso, devem ser convocados os clubes sociais, lideres comunitários, órgãos públicos policiais, escolas, CFCs, e outras instituições educativas, veículos de imprensa e as empresas de veículos coletivos em geral.
Promover mudanças no trânsito urbano, não é ato isolado de nenhum poder, seja na esfera que for é preciso sempre considerar a opinião dos munícipes, pois, é de interesse de todos.

Quando tais observações não são levadas em conta, assistimos comumente os carros-fortes estacionarem em fila dupla, ou permanecerem longo tempo perigosamente estacionado na saída do túnel na frente do prédio do Banrisul. E pasmem, o próprio secretário de trânsito e mobilidade urbana efetuando sinalização a braço, correndo o grave risco de ser mais uma vitima fatal no trânsito que ele mesmo coordena, fato ocorrido e por mim presenciado dias atrás. A situação é de desespero e sua solução vai precisar da ajuda e do empenho de todos.

O que não podemos e não temos o direito é de tratar o pedestre como “sua majestade do trânsito”, como se ele fosse intocável, que basta colocar o pé na faixa de segurança e pronto. Não é isso gente! Pelo amor de Deus! Não é mesmo! Quanta irresponsabilidade e imprudência de ambos os lados! É louvável a tentativa de promover melhorias no trânsito mas nem tudo o que foi alterado, veio para o bem dos cidadãos motoristas ou pedestres.
Andando pela cidade de Santa Maria, facilmente se observa que em principais avenidas e ruas o motorista sente-se forçosamente dentro de um brete. Ademais, contra sua vontade ainda terá que rodar por várias quadras para poder dobrar a esquerda. O que está errado é  que deveria pelo menos em um ponto sobre  o meio destas ruas, onde há “semáforo”, ser permitido dobrar a esquerda.Pergunta-se: "E onde está o assegurado direito de ir e vir do cidadão?" Será que a Constituição cidadã promulgada em 1988 perdeu tão propalada autoridade? Sinceramente, eu acredito que isso já aconteceu e a muito tempo!
Não se pode deixar de mencionar as faixas de seguranças existentes em locais “totalmente escuros”, desprovidos de iluminação e localizados sobre o meio de quadras, e quase invisíveis de tão apagadas e fácilmente encontradas ao longo da Av. Medianeira, entre outras.
Outro detalhe significativo e não menos importante, é a construção de “rótulas invasivas da mão contrária”, tipo a que foi instalada na rua Pinto Bandeira antes da Paróquia das Dores. É um erro e acredito que ocorra por descuido desta parte técnica, ou desinformação mesmo.

O fato é que nessas rótulas defeituosas e inadequadas para o espaço físico que a destinam, ela torna-se nociva ao público usuário, pois observa-se que motoristas de ônibus e caminhões ao acessarem a rótula, cujo circulo delimitado é exagerado, cruzam com seus veículos forçosamente por cima daquela roda enorme. Ao fazerem isso, os motoristas cometem uma infração de trânsito ao invadirem a mão contrária da pista de rolamento tendo que rezar para não acontecer uma batida.
E cá pra nós, não é preciso ser nenhum doutor para perceber essa situação, ou seja, que aquele tipo de sinalização não é propicio aquele tipo de logradouro. Nesse caso o mais indicado seria a colocação de “redutores” antes do cruzamento, considerando a situação de que não existe canteiro divisor em nenhuma das ruas.  Por outro lado, não pode ser passada para os cidadãos a idéia de que basta pisar na faixa de segurança para que todos os veículos irão parem, isso é um grave erro cometido. Infelizmente, em face disso, temos ai os tristes resultados estampados pelos veículos de imprensa em geral, além se ser uma quase indução ao suicídio.

Na fotografia abaixo vê-se um flagrante do perigo que as pessoas se expõe enquanto transeuntes, e fato decorrente da mal colocação da sinalização de solo, colocado no trecho entre as ruas Venâncio Aires e Floriano Peixoto. 

Evidentemente, que não se pode ignorar que a colocação de cerca protetora na borda das calçadas, foi uma boa iniciativa, mas infelizmente, aplicada com incorreção, mesmo com a idéia de preservação da vida. Na realidade, jamais poderia ter sido atacada a continuação do fluxo de pessoas pela calçada nas esquinas, pois, se você observar com atenção, as calçadas nesses locais estão fechadas nas esquinas, e com isso as pessoas que desejam seguir em frente são obrigadas a caminharem pela rua. Isso foi uma ótima providência no sentido de preservação da vida das pessoas. O que se questiona é a interrupção com  as tais proteções a passagem dos transeuntes nas esquinas das ruas Venâncio Aires com Floriano Peixoto. Por causa da interrupção das calçadas, obrigam as pessoas que desejam seguir em frente, a desviarem pelo leito da rua (Venâncio) ficando suas vidas expostas ao perigo, podendo vir a ser atropeladas facilmente por veículos circulantes cujos motoristas não respeitam ninguém. 

É um enorme perigo e quem sofre na pele, são os idosos, os deficientes físicos, crianças, etc. e todo aquele cidadão que inventar de transitar nesses locais. Assim não é possível a gente aprovar essas mudanças no trânsito santa-mariense, mas que pode ser feito coisa bem melhor... Ah1 Isso pode!
E que Nossa Senhora Protetora dos Pedestres nos socorra e Deus nos ajude e nos ampare a todos.

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