Trejeitos
De manhã.bem cedinho, caminhando
na calçada eu vi:
Pessoas apressadas, andando
desavisadas, absortas e no olhar, medo.
Muito medo.
Sim.
Talvez ao andar ao léu, e
caminhando ao logo das calçadas,
Como quem vai para lugar nenhum,
Contrastadas por um céu azul, que
qual pano de imensa barraca cobre o
pampa sul.
Ai, eu me pergunto andando junto
delas,
Porque não vejo mais a moça na
janela, que se debruçava olhando a cidade,
E lá do alto da sacada
presenciava, a mãe levando o filho para escola,
Ouço barulho de motor roncando,
vejo então a loucura dos carros passando,
E a fumaça!
Ora bolas!
Barbaridade!
E daí?
Que coisa louca é esse o tal
progresso!
Que a tudo muda desde muito cedo,
mas eu ainda vejo pessoas andando.
E continuo sempre perguntando:
Porque caminham assim tão
apressadas, se na verdade não vai adiantar nada.
Homem ou mulher tanto faz, velhos
jovens, rapaz.
Terão no fim do mês as contas pra
pagar,
É água, luz, gasolina,
condomínio, comidas, iptu, estudo.
E no entanto, contudo, existe
algo que hoje da pra se contar nos dedos.
Pessoas que mesmo correndo, desde
muito cedo,
Num dia a dia até de dar medo,
Possam ao menos dar uma parada,
E dar bom dia ao gari que limpa a
rua que eu sujo com minhas pisadas,
Dar um sorriso pra aquela
criança, que vai cantando inocente.
Agitada.
Lúdicas canções de uma forma tão
bela.
Revelando encantos de uma alma
pura,
Criança tão linda como uma
cinderela.
Enfim seria esse comportamento, o
esperado também pela gente.
Que lá no fundo da malgrada mente
e de um coração está a revelar os desnorteios d´alma Que extraídos de um olhar
fecundo, quente, revelador de sonhos transparentes
Que dizem tudo, tudo , tudo.
Assim tão inocente.
J.Ferreira
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