domingo, 5 de junho de 2016

O BENZEDOR DE QUARAI-RS

Quando cheguei na cidade de Quarai, o dia 17 de novembro de 2005, a cidade sofria uma estiagem (sêca), já havia quase seis meses.
Apesar de meu Pai haver nascido em quarai, e eu estar ativo no serviço público a mais de 25 anos, tinha ido aquela cidade não mais do que umas quatro vezes.
Fui muito bem acolhido por aquela população e logo já me senti bem a vontade convivendo com aquela gente maravilhosa.
De pronto pus-me a  trabalhar com afinco nas tarefas as quais eu tinha sido incumbido de solucionar.
Assim, os dias iam passando e aconteceu que em meio a uma ensolarada e quente tarde de uma sexta-feira do mes de janeiro, a soldado feminina Sandra, entrou em meu gabinete as pressas e quase gritando, anunciou-me que recebera uma ligação telefônica da cidade Artigas-ROU, alertando sobre a chegada em aproximadamente um hora, de um perigoso temporal o qual já havia causado estragos enormes na cidade de Salto na ROU.
Não demorou muito e já se podia enxergar uma barra preta surgindo para os lados da banda oriental.
Na condição de Comandante da BM Local, compreendi de imediato que precisaria alertar as demais lideranças da cidade. Logo a competente Sd SANDRA, ligou para todos os órgãos da cidade inclusive a Defesa Civil Quaraiense, sendo que após os contatos e o alerta geral aos cidadãos da cidade, permanecei no quartel.
Não demorou muito para que as primeiras rajadas de vento se fizessem sentir. Foi então que o meu auxiliar de serviço do dia, o Sargento "MITA", chegou ao Quartel pois eu o havia chamado para que ficasse ali comigo, pois, caso fosse preciso uma intervenção imediata já estaríamos de prontidão.
E a certa altura dos acontecimentos, o céu escureceu de vez, e o vendaval caiu sobre a cidade castigando-á.
O Sargento MITA, se dirigiu aos presentes falando com vós retumbante disse: - "Comandante, colegas, não se preocupem, porque nada vai acontecer de ruim aqui com a gente. e apanhando uma cadeira, sentou-se posicionado bem em frente a porta de entrada do aquartelamento. Fechou os olhos e até parecia que iniciava uma reza e ou uma prece.
Não é preciso descrever aqui o perigo dos raios e trovões que castigaram sem piedade a cidade, que ainda recebia as chicoteadas do forte vento que soprava acima dos 70 km por hora.
Ao final de quase meia hora a chuva e ventania, começou a cair o granizo que acabou por arrasar de uma vez por todas com o que ainda restava intacto.
E assim como iniciou o temporal  acabou, e aí permaneceu somente a chuva torrencial por longas horas a mais.
E por ser já inicio de noite escura, e o Sargento MITA não se levantar da cadeira, um soldado que prefiro não revelar seu nome, resolveu chamá-lo, momento em que descobrimos com enorme surpresa que o Sargento Benzedor "havia dormido o tempo todo que durou o temporal sem ver nada do que tinha acontecido em sua cidade."
Portanto, não tinha benzido coisa nenhuma !



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