Assunto: Pingos da Minha Cidade - Que coisa triste!
O que mais me causa impressão é a situação por que passam os munícipes santa-marienses, a cada dia chuvoso.
Se fizer um dia de muita chuva, experimente andar a pé pela cidade, e ai meu amigo, você vai entender essa minha manifestação.
Na verdade, em uma época que se fala tanto em meio ambiente, e da fiscalização disso ou daquilo, e cá pra nós, de tanto blá, blá, blá que sempre resulta em nada, a gente até perde as esperanças de um futuro alvissareiro, e a fé em nossos mecanismos legais, que deveriam cumprir mais as leis vigentes.
O que ocorre, meus amigos, é que em um dia de intensa chuva, aqui em Santa Maria , de nada vai adiantar você se abrigar em baixo das abas existentes nos prédios, porque os canos por onde escoam as águas oriundas dos telhados, largam essas águas exatamente em cima da cabeça das pessoas, ou seja, o banho é algo inevitável.
E pasmem senhores, isso já vem acontecendo a anos, bem debaixo do nariz das instituições que tem a missão precípua de fiscalizar tais irregularidades, mas certamente, bastará você fazer uma simples denúncia através dos órgãos de imprensa, que logo aparecerá um desses idiotas engravatados que tudo sabem, para dar explicações fúteis, de uma forma convincente e arrogantemente definitiva, como senhor absoluto dos fatos.
É uma vergonha, essa situação omissa e de flagrante descaso para com os cidadãos que circulam pelos passeios públicos da cidade.
Essas pessoas se obrigam a cada chuva, terem de se exercitar em um autêntico balé para esquivarem-se da saraivada de pingos d’água caídos impiedosamente sobre suas cabeças, em um banho pingado.
Que horror essa situação! Nossa Senhora da medianeira que nos socorra a todos amenizando as nossas dores.
Santa Maria, terra da cultura, dos eventos musicais, dos festivais de cinema e nativismo, mas é na dança que os seus filhos mais tem se destacado. A cada período chuvoso, seus filhos dançam a cada passo dados pelas tuas ruas, na intenção de fugir dos pingos que bombardeiam suas cabeças, e encharcando suas almas com a água fria vinda dos telhados.
Como pregava um sapiente amigo meu, líder de uma congregação religiosa local: “É preciso ter muita fé”. Mas, com a devida vênia, meus caríssimos amigos, fé em que? Fé em quem? Ora, se os tais pingos ocorrem a céus aberto, com as próprias autoridades passando todos os dias por eles.
Logo, pois, advirto a quem interessar possa: Se você sair de casa para andar a pé aqui em Santa Maria em dia de chuva, seja prudente, leve o seu guarda-chuva que será bem melhor.
Que situação essa em? Mas como a gente fala lá pras bandas do Alegrete "Tchê! Te garanto que é uma baita de uma verdade, isso que eu te digo!
Finalizando esclareço a você o seguinte: Caso você não tenha apreciado essa minha prosopopéia, fique tranqüilo, porque não procuro celebrizar-me, graças a Deus não preciso disso. Também não o faço para me exibir, sou uma pessoa simples, mas que fique bem claro que os pingos existem e se você bobear, cairão sobre você que vai tomar um banho e não vai achar graça nenhuma.
Meus amigos, em dias de chuvas abram bem os seus olhos e o guarda chuva que não custa nada. Tá ai o recadinho e depois não digam que não avisei, afinal quem avisa amigo é.
J. Ferreira
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