quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Santa Maria-RS Por: J. Ferreira

SANTA MARIA  -   RS    
                                                                         
  Série: Poemas extraídos do coração


De manhã.bem cedinho, caminhando na calçada eu vi:
Pessoas apressadas, andando desavisadas, absortas e no olhar, medo.
Muito medo.
Sim.
Talvez ao andar ao léu, e caminhando ao logo das calçadas,
Como quem vai para lugar nenhum,
Contrastadas por um céu azul, que qual pano de imensa barraca cobre  o pampa sul.
Ai, eu me pergunto andando junto delas,
Porque não vejo mais a moça na janela, que se debruçava olhando a cidade,
E lá do alto da sacada presenciava, a mãe levando o filho para escola,
Ouço barulho de motor roncando, vejo então a loucura dos carros passando,
E a fumaça!
Ora bolas!
Barbaridade!
E daí?
Que coisa louca é esse o tal progresso!
Que a tudo muda desde muito cedo, mas eu ainda vejo pessoas andando.
E continuo sempre perguntando:
Porque caminham assim tão apressadas, se na verdade não vai adiantar nada.
Homem ou mulher tanto faz, velhos jovens, rapaz.
Terão no fim do mês as contas pra pagar,
É água, luz, gasolina, condomínio, comidas, iptu, estudo.
E no entanto, contudo, existe algo que hoje da pra se contar nos dedos.
Pessoas que mesmo correndo, desde muito cedo,
Num dia a dia até de dar medo,
Possam ao menos dar uma parada,
E dar bom dia ao gari que limpa a rua que eu sujo com minhas pisadas,
Dar um sorriso pra aquela criança, que vai cantando inocente.
Agitada.
Lúdicas canções de uma forma tão bela.
Revelando encantos de uma alma pura,
Criança tão linda como uma cinderela.
Enfim seria esse comportamento, o esperado também pela gente.
Que lá no fundo da malgrada mente e de um coração está a revelar os desnorteios d´alma Que extraídos de um olhar fecundo, quente, revelador de sonhos transparentes
Que dizem tudo, tudo , tudo.
Assim tão inocente.


J.Ferreira



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