inteirava-se dos noticiários das TVs e rádios locais. Em
pouco tempo, tornou-se conhecido e ganhou dos jovens o apelido de “professor”
fato esse, que nunca o incomodou, tratando a todos com educação e respeito. Não
demorou muito, e lá estava o professor, contratado por um grupo de pais, para
dar aulas particulares de inglês aos seus filhos. Assim, desse jeito,
trabalhando como professor ganhava uns bons trocados como se diz no popular, e
que os utilizava para comprar coisas de seu uso pessoal. Foi enorme o
sentimento de alegria dos pais, quando meses mais tarde, já final de ano letivo, ver seus filhos serem
aprovados com louvor no conteúdo língua inglesa. Enfim, naquele mês, junto dos
seus honorários também vieram algumas gratificações especiais que vários pais
fizeram questão de lhe premiar. Pais esses, gratificados e com seus corações
transbordantes de alegria e até de orgulho pelo sucesso de seus filhos. Mas
como diz o ditado popular, tudo o que é bom dura pouco, e ao final do mês de
dezembro, poucos dias antes do natal, quando em um final de tarde eu cheguei em
casa, a vizinhança estava em grande
alvoroço. O fato era que o “professor” havia desaparecido, sumindo sem deixar
nenhum rastro. As versões eram inúmeras, tinha gente que afirmavam tê-lo visto
transformar-se em um bicho peludo e desaparecer no horizonte. Outras pessoas
achavam que pudesse ter se suicidado e
os mais dramáticos, que poderia ter sido executado por alguém que o
localizou em relação a fatos envolvendo seu passado. Enfim, os dias foram passando e alguns meses depois,
o episódio caiu em esquecimento, porém, as crianças jamais o esqueceram. Era
muito comum em suas cantigas de roda sempre ouvi-las mencionar o professor. O
tempo passou e o caso caiu no esquecimento de fato, e nunca mais se ouviu
alguma pessoa falar sobre o homem que um dia conviveu naquela comunidade
ensinando a garotada a falar inglês.
Até que numa bela manhã de domingo, e que se não estou
enganado era primavera, a Doroty minha empregada entrou em casa aos gritos
branca igual um papel e parecia que
tinha enxergando um fantasma.
Passado algum tempo, e já recomposta do susto a mulher,
dirigiu-se a mim dizendo: - Senhor, o professor voltou. Ele está lá na frente
da casa e quer lhe falar, pois, até parece ser uma outra pessoa !
Levantei-me de um salto da cadeira e corri até a porta, e
qual foi a minha surpresa ao deparar-me com um desconhecido elegantemente
vestido com roupas finas de um verdadeiro executivo, sorrindo para mim
alegremente.
E antes que eu pudesse falar, ouvi ainda surpreso, o homem
dizer-me: Não está me reconhecendo ? Será que essa roupa fina me fez mudar
tanto assim ? E ato continuo me abraçou fortemente e foi então que o reconheci.
( Continua no próximo domingo... )
( Continua no próximo domingo... )
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