domingo, 21 de abril de 2013

O ANDARILHO - PARTE II Por: J. Ferreira


inteirava-se dos noticiários das TVs e rádios locais. Em pouco tempo, tornou-se conhecido e ganhou dos jovens o apelido de “professor” fato esse, que nunca o incomodou, tratando a todos com educação e respeito. Não demorou muito, e lá estava o professor, contratado por um grupo de pais, para dar aulas particulares de inglês aos seus filhos. Assim, desse jeito, trabalhando como professor ganhava uns bons trocados como se diz no popular, e que os utilizava para comprar coisas de seu uso pessoal. Foi enorme o sentimento de alegria dos pais, quando meses mais tarde,  já final de ano letivo, ver seus filhos serem aprovados com louvor no conteúdo língua inglesa. Enfim, naquele mês, junto dos seus honorários também vieram algumas gratificações especiais que vários pais fizeram questão de lhe premiar. Pais esses, gratificados e com seus corações transbordantes de alegria e até de orgulho pelo sucesso de seus filhos. Mas como diz o ditado popular, tudo o que é bom dura pouco, e ao final do mês de dezembro, poucos dias antes do natal, quando em um final de tarde eu cheguei em casa,  a vizinhança estava em grande alvoroço. O fato era que o “professor” havia desaparecido, sumindo sem deixar nenhum rastro. As versões eram inúmeras, tinha gente que afirmavam tê-lo visto transformar-se em um bicho peludo e desaparecer no horizonte. Outras pessoas achavam que pudesse ter se suicidado e  os mais dramáticos, que poderia ter sido executado por alguém que o localizou em relação a fatos envolvendo seu passado. Enfim,  os dias foram passando e alguns meses depois, o episódio caiu em esquecimento, porém, as crianças jamais o esqueceram. Era muito comum em suas cantigas de roda sempre ouvi-las mencionar o professor. O tempo passou e o caso caiu no esquecimento de fato, e nunca mais se ouviu alguma pessoa falar sobre o homem que um dia conviveu naquela comunidade ensinando a garotada a falar inglês.
Até que numa bela manhã de domingo, e que se não estou enganado era primavera, a Doroty minha empregada entrou em casa aos gritos branca igual um papel e  parecia que tinha enxergando um fantasma.
Passado algum tempo, e já recomposta do susto a mulher, dirigiu-se a mim dizendo: - Senhor, o professor voltou. Ele está lá na frente da casa e quer lhe falar, pois, até parece ser uma outra pessoa !
Levantei-me de um salto da cadeira e corri até a porta, e qual foi a minha surpresa ao deparar-me com um desconhecido elegantemente vestido com roupas finas de um verdadeiro executivo, sorrindo para mim alegremente.
E antes que eu pudesse falar, ouvi ainda surpreso, o homem dizer-me: Não está me reconhecendo ? Será que essa roupa fina me fez mudar tanto assim ? E ato continuo me abraçou fortemente e foi então que o reconheci.

( Continua no próximo domingo... )

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