domingo, 21 de abril de 2013

O ANDARILHO - PARTE III Por: J. Ferreira


Aquele homem era o professor, que depois de cumprimentar a todos ali presentes, passou a relatar-nos a sua história e os motivos de seu retorno até nós.
Meus queridos amigos e amigas, eu outrora, fui o diretor geral de uma grande empresa e descobri tardiamente que o vice diretor queria o meu lugar a qualquer custo.
O malvado individuo, arquitetou um plano auxiliado por alguns desafetos meus, funcionários da mesma empresa, oferecendo-lhe cargos quando viesse a ocupar meu posto na empresa. Ele armou uma cilada para mim, que assinei papéis importantes sem ler, em confiança profissional, e fui por isso acusado de aplicar um grande golpe de desfalque financeiro, tudo arranjado por ele que foi a principal testemunha no processo contra mim.
Desmoralizado, fui demitido sumariamente e el tomou o meu posto na direção da empresa. Acusado de roubo, perdi tudo o que tinha adquirido em minha vida, inclusive minha família, minha esposa me abandonou dizendo que não queria viver ao lado de um bandido, e levou nossos filhos com ela para um lugar que até hoje não sei aonde se situa.
Completamente desmoralizado, sem prestigio e sem forças, saí pelo mundo a vagar sem rumos por muitos anos e me tornei um andarilho igual a tantos outros, vagando sem rumo certo e depois, em um mendigo bêbado, morando nas ruas, embaixo de pontes e dos viadutos, etc...
O dia que vocês me encontraram eu tinha decidido dar cabo de mim. Depois decidi ouvi-los e me dar mis uma chance, quando passei a ajudar os jovens em seus estudos, pois falo seis idiomas.
Vocês com o seu amor incondicional, me devolveram o prazer de viver, de me sentir útil e me senti depois de muito tempo, um ser humano de fato, de verdade. 
Eu lia os jornais sempre buscando alguma noticia sobre mim, se havia sido condenado a revelia ou não. E foi até que um dia descobri que o meu ex-vice-diretor, que tanto mal me causou, tinha morrido após longa agonia, depois de sofrer um acidente no trânsito.
Soube ainda que antes de morrer, ele tinha confessado as autoridades tudo o que havia planejado e tramado contra mim, objetivando me afastar do cargo e deixar o caminho livre para ele. Entregou também, o nome de seus cúmplices que foram presos e condenados, tendo assim, me inocentado perante a alta direção da empresa e autoridade policiais e judiciais queem razão do meu desaparecimento, não puderam me cientificar do fato.
 A partir daquele dia, a direção da empresa me procurava incansavelmente através das redes sociais, rádios, jornais e tvs, mas com eu vivi isolado de tudo, não sabia de nada do que tinha acontecido.
 
( Continua no próximo domingo ... )
 

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