quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A GÊNESE – CAPÍTULO XVIII – SÃO CHEGADOS OS TEMPOS Por: J.Ferreira



A GERAÇÃO NOVA

Para que na Terra sejam felizes os homens, preciso é que somente a povoem espíritos bons, encarnados e desencarnados e que só ao bem se dediquem.


Admira-se de haver sobre a Terra tantas maldades e tantas paixões inferiores,
tantas misérias e enfermidades de toda sorte, concluindo-se que miserável coisa
é a espécie humana.
Esse julgamento decorre de uma visão estreita, que dá uma falsa idéia do conjunto.
É necessário considerar que toda a humanidade não se
encontra na Terra, mas apenas uma pequena fração dela.
Porque a espécie humana abrange todos os seres dotados de razão, que povoam os inumeráveis mundos do Universo (há muitas moradas na casa de meu Pai).
Ora, o que seria a população da Terra, diante da população total desses mundos?
Bem menos que a de um lugarejo em relação a de um grande império.
A condição material e moral da humanidade terrena nada tem, pois, de estranho,
se levarmos em conta o destino da Terra e a natureza de sua população (planeta de provas e expiações).


Opera-se, na Terra, neste largo período, a grande transição anunciada pelas
Escrituras e confirmada pelo Espiritismo.

O planeta sofrido experimenta convulsões especiais, tanto na sua estrutura
física e atmosférica, ajustando as suas diversas camadas tectônicas, quanto na
sua constituição moral.

Isto porque, os espíritos que o habitam, ainda caminhando em faixas de
inferioridade, estão sendo substituídos por outros mais elevados que o
impulsionarão pelas trilhas do progresso moral, dando lugar a uma era nova de
paz e de felicidade.

Os espíritos renitentes na perversidade, nos desmandos, na sensualidade e
vileza, estão sendo recambiados lentamente para mundos inferiores onde
enfrentarão as conseqüências dos seus atos ignóbeis, assim renovando-se e
predispondo-se ao retorno planetário, quando recuperados e decididos ao
cumprimento das leis de amor. Também terão a oportunidade de levar o
conhecimento adquirido a esses mundos, fazendo-os avançar.

Por outro lado, aqueles que permaneceram nas regiões inferiores estão sendo
trazidos à reencarnação (ganhando mais uma chance), de modo a desfrutarem da oportunidade de trabalho e de aprendizado, modificando os hábitos infelizes a que se têm submetido, podendo avançar sob a governança de Deus.

Caso se oponham às exigências da evolução, também sofrerão um tipo de expurgo
temporário para regiões primárias entre as raças atrasadas, tendo o ensejo de
serem úteis e de sofrer os efeitos danosos da sua rebeldia.
O que distingue os espíritos atrasados é a revolta contra Deus, por se negarem a reconhecer qualquer poder superior aos poderes humanos, a propensão instintiva para a maldade e materialismo.


Concomitantemente, espíritos nobres que conseguiram superar os impedimentos que
os retinham na retaguarda, estarão chegando, a fim de promoverem o bem e
alargarem os horizontes da felicidade humana, trabalhando infatigavelmente na
reconstrução da sociedade, então fiel aos desígnios divinos.

Da mesma forma, missionários do amor e da caridade, procedentes de outras
Esferas estarão revestindo-se da indumentária carnal para tornar essa fase de
luta iluminativa mais amena, proporcionando condições dignificantes que
estimulem ao avanço e à felicidade.

Não serão apenas os cataclismos físicos que sacudirão o planeta, como resultado
da lei de destruição, geradora desses fenômenos, como ocorre com o outono que
derruba a folhagem das árvores, a fim de que possam enfrentar a invernia
rigorosa, renascendo exuberantes com a chegada da primavera, mas também os de
natureza moral, social e humana que assinalarão os dias tormentosos, que já se
vivem. A Terra, então, não terá de transformar-se por meio de um cataclismo que aniquile de súbito uma geração. A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas.

As grandes partidas coletivas, entretanto, não têm por único fim ativas as saídas; têm igualmente o de transformar mais rapidamente o espírito da massa, livrando-a das más influências e o de dar maior ascendente às idéias novas.

Uma parte dos espíritos que encarnavam na Terra, não mais tornarão a encarnar, pois em cada criança que nascer, em vez de um espírito atrasado e inclinado ao mal, virá um espírito mais adiantado e propenso ao bem.

Cabendo-lhe fundar a era do progresso moral, a nova geração se distingue por inteligência e razão, geralmente precoces, juntas ao sentimento inato do bem e a crenças espiritualistas, o que constitui sinal indubitável de certo grau de adiantamento anterior.
Não será composto exclusivamente de espíritos superiores, mas dos que, já tendo progredido, se acham predispostos a assimilar todas as idéias progressistas e aptos a secundar o movimento de regeneração.


Por estarem muitos, apesar de suas imperfeições, maduros para a transformação, é que muitos partem, a fim de apenas se retemperarem em fonte mais pura. Enquanto se conservassem no mesmo meio e sob as mesmas influências, persistiriam nas suas opiniões e nas suas maneiras de apreciar as coisas. Uma estada no mundo dos espíritos bastará para lhes descerrar os olhos, por isso que aí vêem o que não podiam ver na Terra.

Sejam os que componham a nova geração espíritos melhores, ou espíritos antigos que se melhoraram, o resultado é o mesmo. Desde que tragam disposições melhores, há sempre renovação.

A fatalidade da existência humana é a conquista do amor que proporciona
plenitude. Há, em toda a parte, uma destinação inevitável, que expressa a ordem
universal e a presença de uma Consciência Cósmica atuante.


A melhor maneira, portanto, de compartilhar conscientemente da grande transição
é através da consciência de responsabilidade pessoal, realizando as mudanças
íntimas que se tornem próprias para a harmonia do conjunto.

Nenhuma conquista exterior será lograda se não proceder das paisagens íntimas,
nas quais estão instalados os hábitos. Esses, de natureza perniciosa, devem ser
substituídos por aqueles que são saudáveis, portanto, propiciatórios de
bem-estar e de harmonia emocional.

Na mente está a chave para que seja operada a grande mudança. Quando se tem
domínio sobre ela, os pensamentos podem ser canalizados em sentido edificante,
dando lugar a palavras corretas e a atos dignos.


O indivíduo, que se renova moralmente, contribui de forma segura para as
alterações que se vêm operando no planeta.

Não é necessário que o turbilhão dos sofrimentos gerais o sensibilize, a fim de
que possa contribuir eficazmente com os espíritos que operam em favor da grande
transição.

Dispondo das ferramentas morais do enobrecimento, torna-se cooperador eficiente,
em razão de trabalhar junto ao seu próximo pela mudança de convicção em torno dos
objetivos existenciais, ao tempo em que se transforma num exemplo de alegria e
de felicidade para todos.

O bem fascina todos aqueles que o observam e atrai quantos se encontram
distantes da sua ação, o mesmo ocorrendo com a alegria e a saúde.

São eles que proporcionam o maior contágio de que se tem notícia e não as
manifestações aberrantes e afligentes que parecem arrastar as multidões. Como
escasseiam os exemplos de júbilo, multiplicam-se os de desespero, logo
ultrapassados pelos programas de sensibilização emocional para a plenitude.

A grande transição prossegue, e porque se faz necessária, a única alternativa é
examinar-lhe a maneira de como se apresenta e cooperar para que as sombras que
se adensam no mundo sejam diminuídas pelo Sol da imortalidade.

Nenhum receio deve ser cultivado, porque, mesmo que ocorra a morte, esse
fenômeno natural é veículo da vida que se manifestará em outra dimensão.




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